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Opinião

Caxias cidade de quase todos, aos poucos

Antônio Braga:

Colunista - Redação

Redação

redacao@serraempauta.com
11.07.2022 - 09h04min

João Pedro Bressan/Divulgação
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Simples. Pequenos. Relevantes. Muito importantes. Significativos! Um decalco ou uma rampinha na calçada são detalhes inclusivos do tamanho da igualdade, da equanimidade e do respeito humanos. Recentemente, no final de junho, foi sancionada lei, em Caxias do Sul, que obriga a destinação de assentos nos ônibus urbanos a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). É a quase maturidade da consciência pública que começou a despertar no limiar dos anos 1980.

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Antes desse tempo, pessoas com limitações de movimento – físico, visual, obeso, grávida, ancião, criança de colo – que se danassem. Que se virassem! Salvo uma ou outra alma caridosa consciente, a grande maioria dos passageiros se fazia de distraída, de desentendida e continuava a ocupar os assentos. Era raridade alguém ceder o lugar à igualdade. O autismo era ainda mais discriminado. Dele nem se falava. Parece que ele nem existia!

"Que a iniciativa sobre os assentos nos ônibus, agora adesivados também para os autistas, se converta em profundo sinal na consciência de todos no caminho da inclusão social."

Pois foi por aquele tempo que a prefeitura criou os primeiros adesivos preferenciais nos coletivos urbanos e, mais, chanfrou as primeiras calçadas, adequando, acanhadamente, o passeio público a cadeiras de rodas em poucos pontos no Centro. Um deles se localizava na esquina da rua Visconde de Pelotas com a avenida Júlio de Castilhos. Depois, o próprio tempo se encarregou de outras melhorias. Os autistas, porém, foram mantidos fora da incipiente consciência inclusiva.

Os assentos nos ônibus, depois, receberam cor. As rampas para cadeirantes aumentaram em número, receberam cor, a azul, e, algumas, têm até o sinal preferencial às pessoas portadoras de deficiência. A essa igualdade foi agregado piso tátil, todavia, limitado em extensão, pois a calçada da testada de um lote o tem e a outra, não. O cego, assim, tem guia num trecho e noutro, não. A esse segmento, igualmente, há outros tormentos com vários obstáculos, tais como placas, parquímetros, contêineres, postes, buracos no passeio público. Ah, sabe-se, em dias de instabilidade, há aqueles que andam, distraídos, com guarda-chuva armado sob as marquises. Um tormento à falta de visão!

Que a iniciativa sobre os assentos nos ônibus, agora adesivados também para os autistas, se converta em profundo sinal na consciência de todos no caminho da inclusão social, o que, mesmo lenta, aos poucos, ganha contornos de uma sociedade mais igualitária. A destinação, por força legal, de assentos a autistas é, pois, enfim, um gesto de que a cidade é de todos. Ou quase!

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